Quem me acompanha por aqui já me viu falar sobre comer APENAS até ficar satisfeito. Acontece que depois de tantos anos ignorando essa sinalização natural do corpo, passamos a não saber mais exatamente como ela é.
Quando criança a maioria de nós ouviu que TINHA QUE comer na “hora certa” e aprendeu a ignorar completamente as próprias necessidades a fim de agradar o adulto que batia palmas para cada colherada forçada.
Quem cresceu ouvindo que precisava “raspar o prato antes de se levantar da mesa” costuma ter dificuldade para assimilar a ideia da saciedade, principalmente porque o maior segredo para identifica-la é comer DE-VA-GAR.
Colecistoquinina, Peptídeo YY e Grelina, principais hormônios envolvidos na sinalização de saciedade, levam TEMPO para agir, portanto fazer uma refeição em cinco minutos realmente impede a percepção.
Além disso há quem use a desculpa de que deixar comida no prato é pecado – mas nota-se se tratar de uma desculpa porque “deixar no prato” não é a única opção. Guardar para comer em outro momento é, por exemplo, uma das saídas possíveis (particularmente a que mais uso), no entanto se seu pensamento não for treinado, isso pode parecer impossível.
A seguir, sugeri quatro dicas que podem te ajudar a dar o tempo necessário a refeição e assim conseguir assimilar a saciedade.
👉 DESCANSE os talheres para mastigar cada porção – e não se esqueça de respirar fundo enquanto mastiga, isso faz com que sintamos de forma mais intensa o sabor do alimento
👉 OLHE para comida – Arrume o prato de forma harmônica, vistosa aos olhos. Fotografe, se quiser. Tenha orgulho de suas boas escolhas
👉 CHEIRE cada garfada antes de levar a boca – O nariz fica pertinho dela justamente para que não se ingira algo estragado ou nocivo. Além disso apreciar o cheiro é parte essencial para que se aproveite o sabor
👉 SABOREIE cada garfada – Se garganta abaixo não se sente mais sabor, por que engolir tão rápido?
Vá com calma, mastigue, aproveite!
👉 GUARDE o que não for comer – mesmo se for apenas um pouquinho de comida. A ideia é mostrar ao seu cérebro que não há motivo plausível para comer além da conta. Nada se perderá.