Uma palavra que poderia resumir esse livro se ela não carregasse alguma solenidade, o que contraria o espírito das páginas a seguir – é coragem. Não é fácil dizer certas coisas. Menos ainda, sustentá-las sem piscar o olho, abrindo mão da facilidade de incluir uma mancezinha, um “é bem verdade que”, algum sinal óbvio para o “homem das exceções” sempre pronto para se chocar. Alexandre Soares Silca, claro, sabe disso. Uma autoironia discreta, que poucas vezes se anuncia como tal, indica que até ele deve achar absurdo alguns dos próprios juízos. Eu acho, em especial os ataques ao Bem e ao Belo e também aos meus amigos.